12 tendências de
consumo para 2012
No próximo ano, a cultura da tela vai dominar, marcas se tornarão mais humanas e a informação instantânea vai ser ainda mais decisiva no comércio, segundo o Trendwatching
Ebay Inspiration Shop: vitrine virtual apresentou uma seleção de
produtos eletrônicos, de moda e automotivos e, para comprar os itens
instantaneamente, os compradores tinham que baixar o aplicativo móvel do eBay e
escanear o código QR
São Paulo - Em 2012, marcas humanas - e portanto,
passíveis de falhas - serão mais admiradas por consumidores. A ideia do
crowdsourcing continuará sacudindo processos comerciais, mas será facilitada, e
empresas estenderão tapetes vermelhos para chineses. Destacados no levantamento
anual da empresa de pesquisa de tendências de consumo Trendwatching,
esses fenômenos, somados a outros nove, são alguns dos que devem movimentar o
mercado no próximo ano.
De acordo com a empresa, muitas das tendências que já
correram 2011 adentro - como o recomércio e a troca por descontos, por
exemplo - continuarão a influenciar a maneira de shoppers decidirem o que e
como comprar e forçarão as marcas a aderirem posturas mais honestas e transparentes
Veja o que vai guiar o
consumo em 2012:
1 Tapete vermelho para chineses
Pessoas residentes na China fizeram mais de 30 milhões de viagens para países
estrangeiros apenas na primeira metade de 2011, 20% a mais em relação a
2010, segundo o Ministério de Segurança Pública da China.
A Organização Mundial do Turismo estima que o número
de turistas internacionais que saem da China vai chegar a 100 milhões em
2020, de acordo com o Trendwatching. "Não é para menos que tapetes
vermelhos são estendidos em todos os lugares onde políticos e CEOs chineses
colocam os pés", afirma a empresa.
Isso significa que de lojas de departamentos e
serviços de turismo a empresas de aviação e hotelaria pelo mundo farão de
tudo para mimar clientes chineses com serviços exclusivos, atenção e respeito.
Indianos e brasileiros estarão na posição de receptores dessa tendência.
2 Saúde: faça você mesmo
A ideia do "Do It Yourself (DIY, ou "Faça
Você Mesmo") ganhará força e se aproximará da saúde de consumidores
no próximo ano, com novos aplicativos, aparelhos e recursos que permitirão
autonomia no monitoramento de exercícios, dietas e tratamentos médicos.
A App Store da Apple,
por exemplo, disponibiliza hoje 9 mil aplicativos móveis de saúde, entre eles,
apps ligados a exercícios físicos aeróbicos, dieta, controle de estresse,
relaxamento e saúde feminina.
Segundo o Trendwatching, a empresa de pesquisaTechnavio prevê que o mercado global de aplicativos móveis
ligados à saúde deve chegar US$ 4,1 bilhões até 2014, em relação a US$ 1,7
bilhões em 2010.
Veja outros exemplos:
Up, da Jawbone:
pulseira sincronizada com um aplicativo de iPhone que monitora padrões
de movimento, alimentação e sono do usuário.
Play It Down:
aplicativo que testa a audição.
Withings Blood Pressure Monitor:
aplicativo que pode ser conectado a um iPad, iPhone ou iPod Touch e mede a
pressão sanguínea do usuário.
Skin Scan:
permite aos usuários escanear e monitorar pintas na pele com o passar do tempo
3 A busca por ofertas
Chamada de "Dealer-chic", a busca por
pechinchas e ofertas passará a ser mais admirada por outros consumidores, além
de ser motivo de status. "Tem que ver com a emoção, a caça, o
controle e a sensação de esperteza", justifica o Trendwatching. De
acordo com a empresa, um "ecossistema de ofertas" cobrará das
marcas mais personalização, esquemas de fidelidade e esforço.
Com acesso móvel ou via internet, o acesso instantâneo
a ofertas e também a avaliações dará aos consumidores a certeza de que
estão pagando o melhor preço pelo melhor produto ou serviço.
Chamado de "Eco-cycology", este é o
fenômeno das marcas que ajudam os consumidores a reciclar ao recolher peças
antigas dos compradores e transformá-las em objetos construtivas. Às vezes
estimulados por novas legislações, outras vezes, por marcas mais
ecologicamente ativas, diversos programas surgirão para não deixar nenhuma desculpa
para os consumidores não reciclarem em 2012.
Dois exemplos:
O programa Dell
Reconnect, em parceria com a Goodwill Industries, permite que
os usuários levem seus equipamentos elétricos de qualquer marca para uma
das mais de 2.200 locações participantes da Goodwill nos EUA ou no Canadá,
onde então são reparados ou reciclados.
O serviço Reuse-A-Shoe,
da Nike,
coleta e recicla tênis gastos da marca, assim como restos do processo da
produção dos calçados.
5 Sem dinheiro vivo
Apesar de ser algo bastante discutido já há alguns
anos, deixar moedas e dinheiro vivo de lado para adotar formas rápidas de
pagamento ganhará força em 2012, e importantes empresas como Google e
Mastercard trabalharão ativamente suas iniciativas "cash-less".
Inicialmente, o atrativo será somente a conveniência,
mas com o tempo, os pagamentos móveis poderão gerar históricos de compra,
sistema de recompensas e ofertas. Muitas dessas iniciativas incorporam a
tecnologia conhecida como NFC (Near Field Communication – Comunicação de
Campo Próximo), que permite troca de dados criptografados entre dois
aparelhos próximos.
Por exemplo: um leitor instalado ao lado da caixa
registradora de uma loja de varejo permitirá que os clientes que tiverem
as informações de seu cartão de crédito armazenadas em seus smartphones
NFC possam pagar pelas compras aproximando o telefone do leitor ou
encostando-o nele, em vez de usar um cartão de crédito, de fato.
6 A base da pirâmide urbana
Mais do que nunca, consumidores da base da pirâmide
desejarão - e poderão - comprar, mas para isso exigirão inovações criadas
exclusivamente para suas circunstâncias, de questões ligadas à saúde e falta de
espaço - no caso de imóveis - passando pela cobrança por durabilidade.
7 A contribuição sem esforço
O crowdsourcing, assim como em 2011, continuará
agitando e facilitando processos comerciais, mas em 2012, ganhará facilidade.
"As pessoas gostam, e sempre vão gostar, de
contribuir com algo que é maior do que elas mesmas. Mas a realidade é que
a maior parte dos consumidores – apesar de desejarem contribuir – acham
que é muito difícil e dá trabalho demais", explica o Trendwatching.
É por isso que no próximo ano nascerão inúmeros
produtos e serviços que fazem com que seja absolutamente simples
para contribuir com qualquer coisa, desde informar sobre ruas que precisam
de conserto até "encontrar sinais de vida extraterrestre".
8 Flawsome (o que mesmo?)
Foi assim que o Trendwatching chamou a tendência de
humanização das marcas, inclusive mostrando suas falhas e fraquezas.
Para consumidores, ganharão pontos as empresas que souberem admitir seus
erros e melhorar atitudes. "Marcas que são honestas a respeito de
suas falhas, que demonstram empatia, generosidade, humildade, flexibilidade,
maturidade, humor e, se nos permite dizer, algum caráter e qualidades
humanas", serão mais admiradas.
Em julho de 2011, por exemplo, a Domino's lançou
uma campanha promocional de um mês em Nova York. Em um enorme espaço de
outdoor em Times Square, a marca transmitiu ao vivo opiniões de consumidores
(boas e ruins) enviadas por meio do Twitter para o painel digital.
9 Screen culture
"Em 2012, a 'vida' vai acontecer por meio de
telas cada vez mais difundidas, pessoais, envolventes e
interativas", explica a empresa. Menos uma tendência e mais um
meio pelo qual muitas das tendências já listadas acontecerão, a cultura da tela
virá na forma da convergência de megacorrentes tecnológicas. As telas
serão (ainda mais) onipresentes, móveis, baratas, interativas e
intuitivas.
10 Recomércio: troca por pontos será o "novo
comprar"
Aproveitar o valor de compras antigas será amplamente
utilizado por comerciantes e consumidores. Além de bens grandes e duráveis
como carros e casas, quase tudo estará pronto para ser revendido no próximo
ano, de aparelhos eletrônicos a roupas.
Novos programas de recompra pelas marcas, esquemas de
troca, plataformas online e mercados em tecnologia móvel oferecerão opções
inteligentes e convenientes para os consumidores dispostos à “troca por
descontos para obter um produto melhor”, além de aliviarem preocupações
ambientais e éticas.
11 Maturialismo emergente
Consumidores com experiência e com a cabeça aberta em
mercados emergentes tradicionalmente “conservadores” vão adotar campanhas e
produtos que sejam sinceros ou até arriscados.
Adeptos de um mundo sem censura e com opiniõs firmes,
esses shoppers não se chocam facilmente, nem toleram ser tratados como se isso
acontecesse. Capazes de conduzir conversas transparentes, aceitar e
experimentar inovações ousadas, admiram cada vez mais marcas que extrapolam os
limites.
12 Point & Know
2012 trará uma mistura de recursos conhecidos comoapps, realidade aumentada e códigos QR para dar aos consumidores todo tipo de
informação sobre objetos - e até pessoas - do mundo real de modoinstantâneo.
Assim como algumas tendências, a multiplicação de smartphones vai alimentar o
auge do "aponte e saiba".
Se tornará mais comum - e cada vez mais possível -
adicionar profundidade de informações, comunicar histórias, fazer comparações
de preço, avaliações e comprar com esses recursos.
Pelo Google
Goggles, por exemplo, é possível fazer buscas com base em
fotografias tiradas por um aparelho portátil, por reconhecimento de imagens. Ao
tirar fotos de objetos, lugares ou códigos de barras de produtos, os usuários
podem receber mais informações.
Em outubro deste ano, a Starbucks revelou uma promoção com códigos QR feita para mostrar
aos consumidores seu aplicativo de pagamentos móveis e falar sobre seu café.
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