Estratégia é tudo de bom
Domingo, 18 de
dezembro, jogaram Barcelona e Santos pela decisão do mundial de clubes de
futebol. Jogaram é força de expressão.
De um lado, a
exibição primorosa, focada, compartilhada de um time que joga como time.
Talento ajuda, mas trabalho em equipe multiplica o potencial. Foi uma aula
primorosa de estratégia e competência.
O jogo do
Barcelona foi pré-anunciado: posse de bola e controle do jogo. Com isso as
chances surgem e os gols saem. Ou entram!
A visível apatia do
time do Santos anulou qualquer vestígio de estratégia que eventualmente pode
ter sido considerada. O Santos não viu a bola.
Nas negociações
também pode ser assim.
Há muitas situações
onde a diferença de poder negocial é evidente. A posição de vantagem, por si
só, raramente define o negócio. Para ganhar, tem que fazer como o Barcelona:
jogar o próprio jogo, mas sem subestimar o adversário.
A posição dependente,
da mesma forma, só decide o jogo antes se houver apatia.
Estudar o
“adversário”, conhecer seus pontos fortes e entender as nuances do jogo pode
fazer alguma diferença e criar um novo equilíbrio de forças. Mesmo sem igualar
o poder oponente, novas moedas de troca criam outras perspectivas e novas
dimensões de acordo.
Sem uma estratégia
própria para a situação, só resta subestimar-se e anular os próprios pontos
fortes. E aí se está liquidado.
O nonsense ficou com
os coachs. Guardiola foi na raiz para explicar a vitória. Aprendeu com el padre
e com el abuelo que futebol deve ser jogado como jogam os brasileiros. Murici alegou
que jogar assim, no Brasil, seria suicídio. Isso lembra a seleção de 74, para
não falar da última. Na copa de 70 inventamos o jogo conjunto, bonito, pro gol;
na seguinte, esquecemos as origens e paramos no carrossel holandês.
Guardiola, consta do
noticiário esportivo, estudou e aprendeu como jogar contra o futebol brasileiro
do Santos. Nos outros, junto com o gosto amargo da derrota, podemos aprender
que estratégia, quando existe e é bem executada, é tudo de bom.
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