Marilan não deve ser vendida
Família Garla permanece no controle da Marilan, que agora
tentará renegociar uma dívida estimada entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões
Marilan acumula prejuízo de R$ 12,8
milhões entre 2008 e 2010
Os biscoitos Marilan
devem permanecer sob o controle da sua fundadora, a família Garla, que desde o
fim do ano passado vinha negociando uma suposta venda para a PepsiCo, Bunge ou
Campbell. A única brasileira no páreo era a líder do setor, a M. Dias Branco,
que teve a sua proposta de R$ 495 milhões negada pela Marilan, que queria
receber algo entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões, mesmo patamar de preço que
a PepsiCo pagou pela Mabel (R$ 600 milhões), numa operação também realizada no
fim de 2011. A decisão foi anunciada por meio de um comunicado enviado pelo presidente
da companhia, José Rubis Garla, aos funcionários da empresa.
De acordo com
informações do Jornal Valor Econômico, PepsiCo e Bunge foram as que mais
avançaram no processo de “due diligence”. Agora, para garantir os planos
orçamentários da Marilan até 2013, José Rubis Garla pretende acertar com os
bancos o prolongamento de uma dívida estimada entre R$ 80 milhões e R$ 90
milhões, além de aumentar o capital de giro da companhia em R$ 50 milhões. Com
2,2 mil funcionários e uma fábrica na sua cidade de origem, a Marilan viu as
suas vendas líquidas caírem de R$ 418,5 milhões em 2008, com lucro de R$ 3,7
milhões, para R$ 380,9 milhões em 2010, um prejuízo acumulado de R$ 12,8
milhões.
O mercado de
biscoitos é hoje liderado pela M. Dias Branco (23,4%), seguida pela Nestlé (9%)
e Kraft (7,3%). O quarto lugar é justamente da Marilan, que fica quase empatada
com a Bauducco (6,4%), marca pertencente à Pandurata Alimentos, além da Arcor
(6,3%) e Mabel (6,1%). De acordo com a Associação Nacional das Indústrias de Biscoitos
(Anib), o crescimento do setor não passa dos 3% ao ano, o equivalente a vendas
da ordem de R$ 6,8 bilhões no ano passado, mesmo cenário projetado também para
2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário